Presidente do TCU afirma que falta de reajuste de salários dos servidores é uma ‘bomba-relógio’

Paulo Guedes compareceu à cerimônia de posse de Bruno Dantas

Na última sexta-feira, 16, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou que a falta de reajuste do salário de servidores públicos é uma “bomba-relógio” que estaria prestes a explodir e que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma “reforma administrativa muda e cega”, ao não repor funcionários que se aposentaram.

“A segunda face da Reforma Administrativa que foi feita foi o congelamento total de remuneração dos servidores públicos, que é algo que é uma bomba-relógio. Quando você tem uma inflação e que se aproximou da casa dos dois dígitos, agora recuou, (mas) sabemos que recuou artificialmente por causa dos preços dos combustíveis, e o salário dos servidores públicos congelado, nós sabemos que isso é uma fórmula insustentável, que em algum momento essa bomba vai explodir. Não sabemos em que mês, mas sabemos que está perto”, reforçou Bruno Dantas, em café da manhã com jornalistas.

O presidente do TCU, diz que o problema terá que ser tratado pelo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dantas já vinha exercendo o comando do tribunal de forma interina desde julho e tomou posse efetivamente na quarta-feira. O mandato é de um ano, com possibilidade de reeleição.

Dantas afirmou que a espécie de “reforma administrativa” feita por Paulo Guedes foi realizada sem “inteligência”, porque acabou prejudicando o funcionamento da máquina pública e que o problema afeta diversos órgãos, entre eles o TCU.

“O ministro Paulo Guedes fez uma reforma administrativa muda e cega. Muda porque ele não comunicou que estava fazendo uma reforma administrativa. Ele parou de contratar servidores públicos. Só que, como há um volume muito grande de aposentadorias, isso significou uma redução do tamanho do Estado”.

E reforçou:

“Isso é uma forma de reformar a administração. Só que é uma reforma cega, porque, na verdade, como o corte linear e não depende de uma estratégia de administração, é onde as pessoas estão completando idade para se aposentar, acaba não tendo inteligência por trás dessa redução da máquina”.

Bolsonaro, durante sua campanha eleitoral chegou a afirmar que “contenção de concursos” foi a “maior reforma administrativa” que seu governo fez. O Executivo chegou a enviar uma proposta de reforma ao Congresso Nacional e o texto não avançou.

Fonte: Jornal Extra

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