Em ato público no Palácio do Planalto, representantes do movimento social e sindical brasileiros foram recebidos pela presidenta Dilma Rousseff no encontro denominado “Diálogo com os Movimentos Sociais” para uma conversa sobre a conjuntura atual e as demandas sociais prementes.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, presente no ato, destacou a importância do encontro entre os movimentos social, sindical e político. “Temos de responder à ofensiva conservadora, resgatar as bandeiras da democracia, da soberania e dos direitos que dão sentido à nossa causa e combater o discurso fundado no ódio e na intolerância”, disse.
Durante o ato, Dilma Rousseff criticou o machismo e lembrou a trajetória do golpismo no Brasil, citando a famosa frase de Carlos Lacerda:”O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse.
Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”, redigida pelo jornalista no jornal Tribuna da Imprensa, em 1950. “Jamais defenderei qualquer atitude de repressão contra as manifestações e sempre honrarei a memória dos que tombaram nesta luta”, disse ela.
Dilma também fez críticas à elite brasileira. “A desvalorização do trabalho tem raízes históricas na escravidão e temos de lutar muito para mudar”. E, mais importante, a presidente destacou que as concessões que fez no projeto que a elegeu têm limites. “Ninguém pensou em fechar o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Isto não vai ocorrer. Não vamos privatizar a Caixa Econômica Federal. Vamos manter a Lei de Partilha, que eu ajudei a criar, e o Fundo Social que prevê investimentos do pré-sal na Educação e na Saúde. Entraremos numa travessia que vai ser feita sem retrocesso das políticas sociais”, garantiu ela, que anunciou para setembro o lançamento do Minha Casa, Minha Vida 3.
Também defendeu o Mais Médicos, afirmando que 70 milhões de brasileiros hoje que vivem nas periferias e pequenos municípios são atendidos pelo programa do governo. “Temos que agradecer o povo e o governo cubano que muito nos ajudaram neste programa”.
Adilson Araújo, em sua fala, disse que as conquistas asseguradas devem ser defendidas. “A agenda do passado era do congelamento de preços, da entrega do patrimônio ao capital estrangeiro e da subserviência ao FMI. Estamos em um novo patamar. Vamos defender o que foi conquistado e buscar unidade para avançar”, afirmou.
O representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Alexandre Conceição pediu à presidenta Dilma o veto à Lei do Antiterrorismo, aprovada na quarta-feira (12) na Câmara dos Deputados, e cobrou reforma agrária.
O ato durou cerca de duas horas e reuniu 1,2 mil pessoas, entre elas representantes da CTB, da CUT, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), União Nacional dos Estudantes (UNE), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e União Nacional por Moradia Popular do Amazonas.
Fonte: CTB