“Pode haver diferença pessoal entre o presidente da Câmara e do Senado. O que não pode haver — e não haverá, e o Brasil não permite — é a diferença das instituições, conflito entre a Câmara e o Senado. Isso não vai existir”. Foi o que disse nesta quinta-feira (13) o presidente do Senado, Renan Calheiros, ao ser perguntado sobre posturas divergentes entre ele e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em relação ao Executivo.
Renan Calheiros, que recebeu quarta-feira (12) em seu gabinete os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, para debaterem a chamada Agenda Brasil, afirma que o Senado, com o gesto, sinaliza uma parceria em prol da retomada do crescimento do país.
— A nossa parceria é com o Brasil. É a defesa do interesse nacional. A Presidência do Senado é independente e o mais recomendável neste momento é usar essa isenção e independência para defender o interesse do Brasil — apontou.
Renan Calheiros deu entrevista após sessão de homenagem ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que morreu há um ano, vítima de um acidente aéreo. Renan Calheiros avalia que o principal problema do país hoje é a falta de equilíbrio fiscal.
— O Brasil não cabe mais no seu PIB [produto interno bruto]. E a cada momento, como se isso não estivesse sendo levado em consideração, nós estamos compatibilizando mais despesas, mais despesas, mais despesas. Isso significa mais crise econômica e mais dificuldade na política — disse o presidente do Senado.
Renan disse que a Agenda Brasil é o caminho para superar a crise. Segundo o presidente do Senado, a votação de projetos que têm convergência com essa agenda começa na próxima semana, com o projeto que dá fim à desoneração das folhas de pagamento de vários setores da economia (PLC 57/2015). Esse é o último projeto do ajuste fiscal proposto pelo Executivo, e sua votação abrirá caminho para matérias que já tramitam no Senado e têm ligação com os eixos principais da agenda. O cronograma deverá ser apresentado na segunda-feira (17).
Fonte: Agência Senado