Vacina contra covid-19: Brasil não deve cumprir cronograma prometido para abril

A uma semana de encerrar o mês de abril, o Brasil caminha para não cumprir, mais uma vez, o cronograma de vacinas contra a covid-19. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atualizou o compromisso de entregar 30,5 milhões de doses dos imunizantes ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Mas, até o momento, há garantia de 24 milhões, a partir da matéria-prima já disponível no Brasil. Por atrasos no envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), o Instituto Butantan só garantiu 5,2 milhões de unidades da CoronaVac para abril. Pelo mesmo problema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demorou para engatar a produção, e os 27 milhões esperados para o mês se transformaram em 18,8 milhões.

Vacina que mais tem chegado aos braços dos brasileiros até o momento, a CoronaVac só volta a ser entregue ao Ministério da Saúde em maio. O ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para fazer 5 milhões de doses chegou na segunda-feira, mas como a produção leva, em média, 20 dias, o Instituto Butantan não conseguirá fechar o cronograma de abril, faltando 3,6 milhões de doses para completar as 46 milhões prometidas.

Hoje, a Fiocruz disponibiliza 5 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Os envios ao Ministério da Saúde serão feitos às sextas-feiras e não mais duas vezes na semana. A mudança foi acordada junto à pasta e aos conselhos de secretários de saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems), “em razão de questões logísticas relacionadas à distribuição das vacinas”, justificou a fundação. Contando com o montante, a Fiocruz ainda precisa entregar mais 6,7 milhões de doses para honrar o compromisso do mês.

Os estados recebem, ainda em abril, 700 mil doses da CoronaVac que foram entregues ao governo federal a partir da IFA de importações anteriores. “As entregas das novas doses ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) deverão ser retomadas na primeira semana de maio”, informou o Butantan, em nota à imprensa.

Não há confirmação do envio da nova remessa de 3 mil litros de IFA, suficientes para produzir outros 5 milhões de doses e dar continuidade ao acordo de 100 milhões de unidades negociadas com a pasta de Saúde. Segundo o instituto paulista, a liberação “aguarda autorização para embarque e deve chegar nas próximas semanas a São Paulo”.

Contando com as doses que foram distribuídas pelo ministério ontem, o Butantan entregou 41,4 milhões de unidades ao PNI. O ritmo de entrega de abril foi mais de quatro vezes menor do que o de março. Neste mês, foram disponibilizadas mais 5,2 milhões de doses; em março, 22,7 milhões.

Queiroga

Somando as duas iniciativas, o país fecharia abril com 24 milhões de doses incorporadas ao PNI, 6,5 milhões a menos do que o anunciado por Queiroga. Ao responder sobre os atrasos, o ministro afirmou ser necessário “parar de contar vacinas” e “deixar de ver só problema” no âmbito da pandemia. “Na realidade, a gente está aqui para dar solução à nossa população. Fica com essa coisa de contar doses de vacina. Vamos vacinar a população brasileira”, disse, na última coletiva, a jornalistas. Na ocasião, ele afirmou que a nova expectativa é terminar a vacinação do grupo prioritário, que engloba 77 milhões de brasileiros, em setembro. A previsão anterior era encerrar essa etapa em julho.

Para que abril se encerre com um quantitativo maior de doses, os governadores fazem pressão para aprovação da importação e do uso emergencial da vacina Sputnik V, com contrato firmado de 37 milhões de doses, além de produção nacional autônoma de 800 mil doses mensais pela União Química.

Outra esperança é a chegada de doses da Pfizer, que já possui autorização de uso no país. Há previsão de um milhão de unidades, pela farmacêutica, e outras 800 mil, por meio da aliança multilateral Covax Facility.

Mais 2.027 mortes

Há mais de um mês com média móvel acima de 2 mil óbitos por dia pela covid-19, o balanço do Ministério da Saúde sinaliza uma diminuição nos registros de mortes, ainda em patamares alarmantes. Ontem, o Brasil registrou mais 2.027 fatalidades, totalizando 383.502 vidas perdidas desde o início da pandemia. A média móvel atual é de 2.580 perdas, segundo levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O Brasil registrou, ainda, 45.178 novas infecções e soma 14.167.973 de positivos para a doença. A média móvel está em 60.185 casos, a menor desde o início de março.

Fonte: Correio Brasiliense

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