Servidores públicos não são responsáveis por dívidas e má gestão

O governo federal anunciou cortes da ordem de 70 bilhões de reais a fim de fechar as contas de 2015 cumprindo seus compromissos fiscais. Praticamente todos os setores serão afetados.

 

O Sinait e demais entidades que representam os servidores públicos federais estão em alerta com esta notícia, pois os interlocutores do governo na negociação salarial já vinham, antes do corte, sinalizando que haveria dificuldades para atender as reivindicações de reajuste das categorias. Agora, diante do novo cenário, poderão reforçar este argumento.

 

Até agora, a negociação com o governo não avançou. Como nas negociações anteriores, as reuniões nada definem. O Ministério do Planejamento não apresenta propostas, apesar de conhecer as pautas de reivindicações. Assim, vão “empurrando” a negociação até a data limite, que é 31 de agosto, quando a peça orçamentária para 2016 tem que ser enviada ao Congresso Nacional.

 

Servidores públicos não podem pagar a conta da má gestão do governo federal, do desvio de recursos e da corrupção. Auditores-Fiscais do Trabalho e servidores de outras categorias estão na linha de frente desenvolvendo seu trabalho a duras penas, sem condições mínimas de estrutura e sem pessoal suficiente para atender às demandas trabalhistas e sociais.

 

A falta de servidores atinge boa parte dos órgãos da Administração. Milhares de servidores já recebem o Abono de Permanência e podem se aposentar a qualquer tempo, assim como outros tantos milhares estão chegando à condição da aposentadoria. Sem estímulo para continuar, sairão, sobrecarregando cada vez mais os que ficam. A experiência e o conhecimento se vão sem que haja novos servidores para absorvê-los. O governo, assim, desestrutura sua rede de apoio e disseminação de políticas públicas imprescindíveis à população.

 

O Sinait não vai aceitar o discurso fácil da contenção de despesas quando há ralos abertos para outros gastos. Salário de servidor público não é despesa, é investimento em serviços bem prestados, em arrecadação de impostos, em combate à sonegação, em prevenção de doenças e acidentes de trabalho. Servidor público é a parte visível do Estado para o cidadão. Deve ser, por essa e muitas outras razões, respeitado e valorizado.

 

A negociação da Campanha Salarial deste ano ainda não deslanchou e somente poderá ter algum progresso com o engajamento e participação maciça dos servidores públicos, que têm atuado em conjunto por meio de suas entidades de classe.

 

O Sinait conclama os Auditores-Fiscais do Trabalho a estarem atentos aos acontecimentos que afetam todos nós, como servidores e como cidadãos. Haverá a hora em que todos serão chamados a uma grande mobilização, para mostrar ao governo a insatisfação das categorias.

A nossa categoria tem todos os motivos para se mobilizar, sofre na pele as consequências do descaso do governo, que deixou a categoria ser reduzida continuamente e ter sua estrutura sucateada a ponto de haver interdição de unidades por insegurança e falta de condições de funcionamento. Mudar essa realidade é responsabilidade nossa, tem que partir de iniciativa nossa, com participação de todos!

 

Rosa Maria Campos Jorge – Presidente do Sinait

Fonte|: Sinait

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