Por Iolando Lourenço
O relator da reforma política na comissão especial da Câmara, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), desistiu nesta sexta-feira (15) de aumentar o mandato dos senadores dos oito anos atuais para dez anos. Inicialmente, no relatório apresentado na terça-feira (12) à comissão, Castro havia proposto mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, de vereador a presidente da Republica e voltou a esse prazo no seu texto.
O relator justificou a mudança para dez anos com o argumento de que não queria dificultar a votação da reforma política. “Fui acusado de que estaria dificultando a aprovação da reforma política, que estava intransigente e que o Senado não iria aceitar o mandato de cinco anos”, disse Marcelo Castro.
Devido às pressões e críticas que recebeu de ontem para hoje por ter mudado seu parecer para aumentar o mandato dos senadores para dez anos, Marcelo Castro recuou e manteve a proposta original, com o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos.
“Foram tantas pancadas de ontem para hoje, todo mundo me crucificando. Então, por que eu vou pagar um preço por uma coisa que eu acho errada? Acho que o mandato deveria ser igual para todo mundo. Cinco anos é um mandato absolutamente razoável para todos os níveis”, disse o relator da reforma política. “Se os senadores querem [dez anos] que eles proponham. Eu não quero esse desgaste para mim”, acrescentou.
Até o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a afirmar que a Câmara deveria deixar que o Senado cuidasse da decisão sobre o tamanho do mandato dos senadores. Cunha informou que irá se dedicar na próxima semana à articulação em torno da proposta de reforma política para buscar algum consenso para que a matéria possa ser aprovada na Câmara.
A votação do parecer do deputado Marcelo Castro, que deveria ter começado ontem (14) na comissão especial, em função do pedido de vista coletivo do parecer, foi transferida para terça-feira da próxima semana. A promessa do presidente da Câmara é iniciar a votação da reforma política no plenário da Casa no próximo dia 26 de maio.
Fonte: Agência Brasil