As possibilidades de cortes imediatos de despesas no projeto de Orçamento de 2016 se concentram em reajustes salariais e obras públicas, opções indigestas para a administração federal e a economia nacional.
Melhoras na remuneração do funcionalismo e investimentos em infraestrutura respondem pelas maiores fatias do aumento voluntário do gasto federal na proposta orçamentária, enviada ao Congresso com previsão de um rombo de R$ 30,5 bilhões no caixa do Tesouro Nacional.
Projeta-se no texto um aumento de R$ 21,7 bilhões na folha de pessoal, dos quais R$ 16 bilhões – equivalentes a mais da metade do déficit esperado – referentes a reajustes e contratações nos vencimentos dos servidores.
A reversão dessas medidas, no entanto, é improvável: pressionada por greves e reivindicações das corporações, a presidente Dilma Rousseff propôs reajustes de 21,3% parcelados nos próximos quatro anos, insuficientes para repor a inflação acumulada em seu governo.
Também não seria simples voltar atrás na expansão de R$ 7,2 bilhões para as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Fonte: Folha de São Paulo