Mais uma reunião na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, nesta sexta-feira, termina sem respostas do governo para as demandas dos milhares de servidores federais que aguardam solução de impasse instalado no processo de negociações. O governo insiste em um índice de 21,3% dividido em 4 anos rejeitado pela maioria absoluta dos servidores por não repor a inflação e nem recompor as perdas acumuladas pela categoria nos últimos anos. O secretário da SRT, Sérgio Mendonça, disse a Condsef esta noite que ainda não tem uma resposta da junta formada por Planejamento, Fazenda e Casa Civil sobre a possibilidade de reduzir prazos e avaliação de índice de reajuste que considere perdas passadas e não baseada em previsões futuras como quer o governo. Com cenário incerto e prazos para conclusão das negociações chegando ao fim, as mobilizações devem se intensificar nas próximas semanas.
A Secretaria de Relações do Trabalho informou que na semana que vai dos dias 10 a 14 de agosto deve convocar as diversas categorias do Executivo para um retorno sobre as demandas apresentadas. A expectativa dos setores da base da Condsef, que representa a maioria dos servidores federais, é receber respostas concretas também sobre demandas específicas das diversas categorias que compõem a administração pública. Em reuniões que tratariam de propostas dos servidores do Inmetro, Agências Reguladoras e DNPM, o Planejamento deu mostras de que a intenção do governo é focar em propostas para o conjunto dos federais. Segundo a SRT, o momento de crise inviabiliza a apresentação, por parte do governo, de propostas específicas. Para buscar avanços nesse cenário de negociações, no dia 6 de agosto servidores voltam a se unir em torno de uma marcha a Brasília. A última marcha, realizada no dia 22 deste mês levou mais de 5 mil servidores à Esplanada dos Ministérios.
Além do reajuste de 21,3% em 4 anos, o Planejamento fala em conceder reajustes para os benefícios levando em conta a inflação do período em que ficaram congelados. Há também uma possibilidade de discutir alteração em critérios para média dos pontos da gratificação de desempenho para fins de aposentadoria. No entanto, esse conjunto de propostas estaria condicionado à aceitação de tudo, incluindo o percentual e prazos rejeitados pelos servidores. Para a Condsef, esse cenário desfavorável exige que os servidores intensifiquem o processo de mobilizações se quiserem conquistar avanços e destravar os impasses instalados. Com o tempo limitando cada vez mais o processo de negociações, somente um intenso movimento de unidade e pressão poderá mudar essa lógica imposta pelo governo.
Condsef