Por Elaine Patrícia Cruz
A bancada feminina do Congresso Nacional, formada atualmente por 13 senadoras e 51 deputadas federais (10,77% dos 594 parlamentares que integram o Senado e a Câmara dos Deputados) lançou hoje (26), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a campanha “Mais mulheres na política”, que pretende garantir, já nas próximas eleições, que 30% das vagas das casas legislativas de todo o país sejam ocupadas por mulheres. A proposta prevê aumento dessa cota em 5% a cada eleição até chegar ao índice de 50%.
De acordo com números levantados pela campanha, o Brasil ocupa hoje a 124ª posição, em ordem decrescente, entre 188 países, quanto à participação feminina no Legislativo. Na Câmara, as mulheres ocupam hoje 9,94% das 513 cadeiras e, no Senado, detêm 16,05% das 81 vagas. Nas assembleias legislativas e nas câmaras de vereadores, a presença feminina limita-se, respectivamente, a 11% e 13,3%, apesar de a legislação eleitoral mandar que os partidos políticos destinem pelo menos 30% das vagas para as eleições às mulheres.
“Desejamos mais mulheres na política. Desejamos que as mulheres tenham condição de exercer esse olhar da política, que é muito diferenciado da maioria do Congresso Nacional, onde hoje, quase 90% são homens. Somos 52% da população e desejamos ter essa porcentagem de cadeiras”, disse a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Há duas propostas de emenda à Constituição no Senado, apresentadas pelas senadoras Marta Suplicy e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Na década de 90, a mesma campanha foi desenvolvida e conseguimos aprovar a lei que garantiu a cota de candidaturas. Mas, passados 20 anos, percebemos que o avanço das mulheres e nossa presença no Parlamento ainda são muito pequens, o que exige mudança radical nas leis”, disse Vanessa.
Participaram também do lançamento da campanha os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) , e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que se candidatou ao governo paulista, nas eleições do ano passado, pelo PMDB.
Fonte: Agência Brasil