Nova presidenta da UNE defende unidade e prepara ato contra corte de verbas na educação

Por Marcos Aurélio Ruy

Pela primeira vez uma mulher sucedeu outra na presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes). A paulista Carina Vitral, 26 anos, foi eleita com 58,14% dos votos dos delegados, representando os universitários do Brasil de ponta a ponta. Ela já garante um protesto contra o corte de verbas da educação em frente ao MEC em Brasília, que está sendo preparado pela nova direção da entidade máxima dos estudantes brasileiros. “Eu suceder outra mulher na presidência de uma entidade importante como a UNE significa a força da mulher jovem em ascensão nos movimentos sociais”, preconiza Carina.

Acostumada a grandes desafios, a ex-presidenta da UEE-SP (União Estadual dos Estudantes de São Paulo), garante estar preparada para enfrentar mais esse desafio. Ela assegura também que a UNE deve procurar ampliar a luta pela unidade das forças democráticas do país. “A UNE sempre esteve à frente dos movimentos, levando os anseios e aspirações da juventude brasileira, que luta por mais espaços na sociedade e na vida”, argumenta. “Queremos estar juntos com as centrais sindicais e os movimentos populares nas manifestações por mais direitos, mais educação, mais saúde, mais cultura, mais empregos, enfim mais tudo o que pode melhorar a vida das pessoas”, reforça.

Carina foi eleita pela chapa “O movimento estudantil unificado contra o retrocesso em defesa da democracia e por mais direitos” com 2.367 votos de um total de 4.071, no 54º Conune (Congresso da União Nacional dos Estudantes), que ocorreu em Goiânia entre os dias 3 e 7 com a participação de mais de 6 mil delegados. Carina sucedeu a pernambucana Vic Barros. “Nós estaremos em todas as frentes que defendam a democracia e avanços nos direitos dos jovens e dos trabalhadores”, afirma Carina.

Além de protestar contra o corte de verbas na educação, ela assegura que a UNE levará para os estudantes a necessidade de o país promover uma reforma política democrática, que “abranja as questões mais importantes para o Brasil continuar no caminho do desenvolvimento autônomo e independente, sem a retirada de direitos da classe trabalhadora e sem onerar a juventude ainda mais”, acentua.

Acompanhe o perfil de Carina Vital aqui.

Ela explica que, para a UNE, uma das questões fundamentais no combate à corrupção é a aprovação do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. “Estaremos nas ruas denunciando a manobra efetuada pelo Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) para manter o financiamento privado de campanhas eleitorais, o que mantém a possibilidade de corrupção”, ataca. “Qualquer empresa vê as doações para campanha como investimento e qualquer empresário que investe quer retorno e lucro. É o caminho aberto para falcatruas”, sintetiza a presidenta dos estudantes brasileiros.

Ela reforça também a missão da UNE de se unir a todos os movimentos que defendam a ampliação de investimentos na educação para levar o ensino brasileiro para outro patamar em todos os níveis. “A nossa luta continua em defesa dos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação para ampliar o número de vagas nas universidades e promover melhorias do ensino básico ao médio. Queremos escola boa para todos. Esse é o melhor investimento que o país pode fazer em sua infância e juventude”, preconiza.

Por isso, o 54º Conune também deliberou contra a proposta de redução da maioridade penal com o slogan: “Redução é Roubada”. Nessa questão, Carina é enfática. “É muito importante promovermos mais e mais debates em torno do assunto para esclarecer a população de que reduzir a idade penal não combate a violência e a impunidade, pelo contrário entrega a nossa juventude à escola do crime”, afirma. Esse tema, diz ela, mostra a necessidade de se acabar com o monopólio da comunicação no país. “A mídia atua contra os interesses da maioria da população e no caso da maioridade penal é a grande vilã que desinforma e amplifica os crimes cometidos por jovens com menos de 18 anos sem informar que esses crimes representam menos de 1% do total”, reforça.

Carina destaca que a UNE continuará no caminho das lutas pela ampliação da democracia e da justiça social. “Os estudantes brasileiros querem mais e não aceitam a retirada de direitos e muito menos teses reacionárias contrárias à vida em liberdade, em paz e em segurança”, proclama.

Fonte: CTB

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