Em meio a críticas e panelaços contra o governo da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no Acre, nesta quinta-feira, e defendeu a gestão de sua sucessora, além do ajuste fiscal, que avançou ontem com a aprovação, na Câmara dos Deputados, da Medida Provisória 665, que endurece o acesso a benefícios como o seguro-desemprego e foi alvo de críticas até de aliados.
“A gente não pode medir o governo da companheira Dilma por cinco meses de governo”, disse Lula, lembrando que Dilma “tem história”. “A gente sabe da onde ela veio, sabe o compromisso dela e tem convicção de que a Dilma vai fazer tudo aquilo que prometeu durante a campanha“, continuou. “Tem gente já achando que o governo acabou”, protestou, destacando que a presidente “tem compromisso com o povo trabalhador desse País”.
Ao justificar o ajuste fiscal, Lula disse que “o Brasil não está vivendo o seu melhor momento, não só porque tem uma crise internacional, mas porque a presidente Dilma, para chegar em dezembro de 2014 com o menor índice de desemprego da história deste país, teve que fazer muitos investimentos para manter os empregos. E uma hora teve que parar porque o dinheiro encurtou”.
“Quando a gente fala em ajuste fiscal, todo mundo se assusta, mas toda dona de casa faz ajuste fiscal, quando vê que o cofrinho tá vazio”, exemplificou.
Lula visitou hoje, na companhia do presidente da Bolívia, Evo Morales, o projeto Peixes da Amazônia, um frigorífico e criador de alevinos especializado em produzir peixes típicos da região amazônica para o mercado nacional e exportação. Também estiveram na visita o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) e o senador Jorge Viana (PT-AC).
Lula também discursou em favor do PT, e trouxe à tona o anúncio feito pelo presidente da legenda, Rui Falcão, na última terça-feira, durante propaganda eleitoral em rede nacional, de que o partido expulsaria os filiados que fossem condenados. “O PT, como é composto de seres humanos, também comete erros”, disse Lula. “E quem cometer erro, tem que pagar pelo erro que cometeu. O que a gente não pode é deixar de reconhecer que este é o partido mais importante da América Latina”, destacou o ex-presidente.
Fonte: Jornal do Brasil