Cinco meses após o crime que chocou todo o mundo, a vereadora Marielle Franco recebeu mais uma homenagem da sociedade carioca. Dessa vez, quem prestou sua homenagem à Marielle foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que, em cerimônia realizada na noite de ontem (14), batizou sua concha acústica com o nome da vereadora.
“Esta homenagem é uma das formas de reconhecimento da comunidade da Uerj aos legados desta mulher e parlamentar carioca, exemplo de luta, em prol dos direitos humanos, sob todos os matizes, e que teve sua voz profundamente silenciada, indignando a todos, em nosso país e no mundo.” – dizia o convite enviado pelo Conselho Universitário da UERJ.
A concha acústica da UERJ, que agora se chama Marielle Franco, recebeu agora a placa oficial com seu nome num evento que contou com diversas atividades culturais, mesas de debates e representantes dos mais diversos movimentos sociais. A coordenadora do Sintuperj, Regina Souza, elogiou o fato de um dos espaços mais democráticos da universidade prestar a justa homenagem à vereadora:
“Hoje a Uerj dá mais uma prova de seu papel social ao batizar a concha acústica de Marielle Franco. Uma mulher que foi brutalmente assassinada porque lutava por justiçå e igualdade para todos. A Universidade sempre cumpriu esse papel social de reconhecer as pessoas que lutam, realmente, em defesa do País. MArielle esteve conosco muitas vezes aqui na universidade, defendendo uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Batizar a concha de Marielle Franco é prestar esse reconhecimento. Essa Universidade, por mais sofrida e sucateada que tenha sido, não vai ser fechada. Hoje, somos milhões de Marielles lutando por justiça, igualdade e por um país melhor.” – afirmou.
Na atividade, a Secretária da Mulher Trabalhadora da CTB RJ, Kátia Branco, aproveitou para entregar para a mãe e para a irmã de Marielle um exemplar número 8 da revista “Mulher D’ Classe”, publicação da CTB nacional que continha homenagens à vereadora.
“Hoje se completam 5 meses que queremos uma resposta. O governo estadual, o governo federal, essa intervenção midiática não conseguem dizer para o mundo quem matou Marielle e porquê. Mais um feminicídio sem resposta no país que tem números alarmantes de violência contra a mulher. Um país que desmontou políticas públicas de gênero e que, a todo momento, vê nos telejornais cenas chocantes de agressões contra as mulheres. Mais um crime político que a maneira como os setores que controlam nossa cidade reagem àqueles que lutam por justiça e inclusão. Marielle vive aqui na concha acústica e vive também em nossa luta contra a opressão de gênero, contra a desigualdade e contra todos aqueles que praticam qualquer tipo de opressão ao nosso povo.” – afirmou Kátia Branco, Secretária da Mulher Trabalhadora da CTB RJ.
Simultaneamente ao ato, foram gravados depoimentos de Parlamentares, Candidatos, representante da Sociedade Civil Centrais Sindicais e Movimentos Sociais sobre a homenageada. Esses depoimentos serão exibidos no dia 28 de Setembro, data em que ocorrerá um show na concha como parte da programação local.