Servidores lotam audiência pública e dizem não à Reforma Administrativa

Servidores Públicos de diversos municípios do Estado do Rio de Janero, lideranças sindicais mobilizadas pela CTB-RJ e pela FESEP-RJ, lotaram as galerais da Câmara Municipal para a audiência pública sobre a PEC 32 (Reforma Administrativa). O Sinfa-RJ reforçou a mobilização unificada dos servidores. O Presidente Luís Cláudio de Santana esteve presente na audiência.

Realizada na manhã dessa quinta-feira (19), a audiência é fruto de uma proposição da deputada estadual Martha Rocha (PDT), presidenta da Comissão de Saúde da Alerj e aconteceu através da Comissão Permanente de Trabalho e Emprego da Câmara de Vereadores, presidida pelo vereador William Siri (PSOL) e, da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, presidida pela deputada estadual Mônica Francisco.

A Reforma Administrativa (PEC 32) tramita atualmente em comissão especial na Câmara dos Deputados e, segundo o presidente da casa, Deputado Arthur Lira (PP), pode ser votada ainda em agosto. A proposta altera normas que regem o serviço público e tira direitos fundamentais como a estabilidade, progressões e desmonta o serviço público no país. A deputada Marta Rocha fez duras críticas à proposta, alegando que o que está em jogo é a sobrevivência da população.

“Se alguém possui qualquer dúvida em relação ao serviço desempenhado pelo servidor público nesse momento, é só olhar para o trabalho deles frente à pandemia do coronavírus. É preciso que o estado, a capital e seus municípios, sejam uma resistência a essa reforma que quer apenas  a redução do bem estar social e que desconsidera toda a população. É importante que a sociedade entenda que o serviço público é um direito de todos. Dele depende o desenvolvimento de um país, de um estado. Defender o servidor público é lutar pela democracia.” – defendeu a deputada.

A Reforma abre espaço para ampliar a terceirização e a precarização dos serviços prestados. Segundo a deputada estadual Mônica Francisco, o que está em jogo não é apenas a memória técnica do estado, mas sim a vida das pessoas.

“Essa não é só uma defesa do funcionalismo público. É também uma defesa da memória técnica do estado e da resistência à uma política de redução do estado em direção ao Estado mínimo que precariza a existência das pessoas, especialmente dos mais pobres. O que está em jogo aqui é um pacto pela sobrevivência das pessoas.”  – afirmou a deputada.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que participou virtualmente da audiência, denunciou que a Reforma faz parte de uma disputa política por um modelo de Estado, deixando claro que a mesma não afeta os que recebem acima do teto e possuem privilégios:

“O debate da Reforma Administrativa é muito importante e não pode ficar apenas em Brasília. Esse debate precisa estar em todas as cidades, em todos os estados, mais perto das pessoas. O argumento que eles estão utilizando é o do combate ao privilégio. Um argumento falso. Essa reforma administrativa não combate os principais privilégios que existem. Não atinge quem ganha acima do teto, quem tem férias superior a 30 dias. Não atinge o judiciário, os militares e o Ministério Público no que tange a privilégios. Ela atinge fundamentalmente os servidores do executivo, cuja enorme massa não possui privilégios. É uma reforma para reduzir o Estado, uma disputa de projeto de sociedade.” – denunciou Freixo.

O Presidente da Federação dos Servidores Municipais do Estado do Rio de Janeiro (FESEP-RJ), Marco Antonio Correa da Silva, fez uma fala que levantou os servidores nas galerias, ao responder ataques feitos por vereadores favoráveis ao desmonte do Estado. Já no início de sua fala, o presidente da FESEP-RJ denunciou a cortina de fumaça que é a PEC 32:

“A gente tem que se solidarizar com as famílias de mais de 500 mil mortos no país, sabendo que essa dor poderia ser bem menor se as vacinas tivessem sido compradas no tempo certo, se não tivessem atrasado a compra de vacinas para ganhar propina. Porque é por isso que as pessoas morreram, porque tentaram ganhar propina em cima da vacina. Agora, como pano de fundo, como cortina de fumaça, porque eles não querem aceitar que são um governo genocida e corrupto, encaminham a reforma administrativa, que não é nada mais do que a boiada que eles falaram que querem passar.”  – afirmou.

Marco Antonio também deixou claro que a reforma não atinge quem ganha cima do teto constitucional e lembrou os interesses por detrás de acabar com a estabilidade dos servidores:

“A Reforma administrativa não mexe com quem ganha salários acima do teto constitucional. A Reforma administrativa mexe com quem ganha pouco, mexe com servidor público que ganha R$ 1500, R$ 2000. Agora na pandemia a gente viu como a gente precisa do SUS, como a gente precisa do professor sendo criativo para preparar aula online e, curiosamente, o governo vende pra sociedade que o melhor nesse momento é fazer uma deforma administrativa. Por que uma deforma? Porque ela flexibiliza a estabilidade! Não é apenas a entrada de servidor sem concurso. Não é apenas a entrada de servidor para trabalhar apenas tempo determinado. É flexibilizar a estabilidade! Porque o interesse em ter servidor não-estável? Porque é esse servidor que, às vezes, é chantageado para dividir seu salário. Por isso que a gente diz que essa é a PEC da Rachadinha. É tirar o servidor estável e colocar o servidor contratado por tempo determinado.” – alertou o Presidente da FESEP-RJ.

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2 comentários

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  1. o que li vcs não falaram o que PAULO GUEDES que fazer chama servidor de PARASITAS e que até hoje não vi falar que vão processar esse PAULO GUEDES e que acabar com os servidores federais e vai prejudicar os aposentados e da ativa de tirar os precatório pagar 66 mil no ano que vem e os restante em 9 anos ai sim vai vim juros e correção e quando isso vai acabar, os mais idoso não vai ver nada muitos estão esperando sair para pagar dividas e vem esse PAULO GUEDES tirar para poder pagar o rombo que ele fez de aumentar os salários deles que vai de cento e onze mil cada ministro e deve ser 75% de aumento e os servidores que dar 20% que já estamos 6 anos e vem esse ministro dizendo que ganhamos 50 % quero que ele s explique que ele quando entrou tiveram 35% e nois nada os 5% que estava faltando não pagou e vem com essa ele tem que dar no menos 70% pele perda de 5 anos, sei que ele vai cair fora vai ficar recebendo sem tira nada recebe integral e nos quando se aposenta tira quase 20% do nosso salário que trabalhamos 35 anos e ele 4 ou 8 anos sair sem descontar nada e leva o que roubou do governo

    1. Boa tarde, Wilson! O Sinfa-RJ ajuizou uma ação contra o Ministro Paulo Guedes pedindo danos morais em favor dos servidores públicos federais quando o mesmo os chamou de “parasitas”. Além da ação judicial, o Sindicato vem denunciando em suas mídias sociais os ataques do Ministro contra o servidor e o serviço público.