Interrupção de trens por tiroteios cresce cinco vezes e afeta vida dos trabalhadores

A nova política de segurança pública, implementada e bradada aos quatro ventos pelo governador Wilson Witzel (PSC) já começa a demonstrar impactos no cotidiano do trabalhador com o aumento dos confrontos nas comunidades. Como se não bastasse todo o risco que o trabalhador e a trabalhadora passam com o aumento dos confrontos nas comunidades, nos três primeiros meses deste ano, a circulação dos trens no Rio de Janeiro foi interrompida 19 vezes por tiroteios às margens da linha férrea. É quase cinco vezes o número de paralisações do ano passado, 4.

Números divulgados pelo jornal “Folha de São Paulo” mostram que na primeira semana de abril, foram 21 interrupções a tiros, a metade de todo o ano de 2018, quando foram registradas 41 ocorrências do tipo pela SuperVia.

De acordo com o aplicativo OTT (Onde Tem Tiroteio), o aumento dos tiroteios no estado, desde o começo do governo Witzel, chega ao alarmante índice de 26%, totalizando 1.673 ocorrências registradas. A SuperVia informa que, em casos de paralisação por tiroteio, o serviço demora até 5 horas para ser normalizado, influenciando a vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que dependem do serviço para sua locomoção.

A malha férrea da região metropolitana do Rio de Janeiro transporta cerca de 600 mil pessoas por dia, cruza 112 comunidades. As estações de Parada de Lucas, Vigário Geral, Del Castilho, Senador Camará, Tancredo Neves, Padre Miguel e Gramacho (Caxias) são as mais afetadas pelas paralisações. r

Aumento nos confrontos reflete política defendida pelo Governador

Eleito no ano passado com o discurso de que a solução para a questão da violência era mais confronto entre policiais e criminosos, Witzel tentou amenizar o discurso após o grave impacto de suas defesas no aumento da violência do Estado. Apesar dos números dizerem o contrário, o governador afirmou, ao completar 100 dias de governo, que a política de segurança implementada pelo seu governo seria muito mais do que o confronto, o que se contradiz com os números recentes de sua administração.

Os reflexos da política de Witzel ficarma mais claros ainda desde que a SuperVia mudou a forma como responde aos passageiros nas redes sociais. Se antes, a concessionária dizia que tinha parado de operar de forma genérica, devido a problemas na via. Agora, avisa na rede social e nos alto-falantes que “por conta de uma ocorrência de segurança pública”, a circulação é parcial.

Impacto na vida dos Trabalhadores e Trabalhadoras

A crescente violência que tem parado a circulação dos trens impacta diretamente na vida dos trabalhadores. Com uma região metropolitana com trânsito caótico, com prefeitura e governo do Estado não se entendendo em busca de melhorias na mobilidade urbana, um bilhete único limitadíssimo e um serviço de baixíssima qualidade, os trabalhadores ainda precisam lidar com o imprevisto dos confrontos para chegar em seus postos de trabalho, estudo, e até mesmo, momentos de lazer.

O aumento dos confrontos em detrimento das ações de inteligência, implementados pelo governador, tornam o Rio uma cidade cada vez menos segura e afeta direitos fundamentais do povo fluminense, como os direitos à vida, à dignidade, à mobilidade, ao trabalho e ao lazer.

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on twitter
Twitter
Share on facebook
Facebook
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.