Instituto Millenium (Rede Globo), Paulo Guedes e PSDB, juntos novamente contra você

O Instituto Millenium (Imil) foi fundado em 2005 com o nome de “Instituto da Realidade Nacional” pela economista Patrícia Carlos de Andrade. Trata-se de um organismo ideológico financiado por entidades como a Rede Globo e o Bank of America e que atua para disseminar sua ideologia, gerando um senso comum que lhes permita criar base de apoio às políticas de entrega das riquezas das nações, entre elas o Brasil.  Entre os Fundadores do Instituto estão quadros do governo FHC, como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga; empresários das telecomunicações, como João Roberto Marinho (Vice-Presidente das Organizações Globo) e economistas como o atual Ministro da Economia, Paulo Guedes. 

Não é de se estranhar então, a ampla divulgação pela grande mídia, de uma pesquisa do Instituto Millenium que coloca o gasto com servidores públicos acima de gastos com educação e saúde, em mais uma campanha difamatória promovida pelo Imil contra o Estado Brasileiro. A promoção da campanha pela grande mídia ocorre no mesmo momento em que se especula a saída de Paulo Guedes do governo federal e de uma guinada econômica no mesmo que passaria a usar de investimento público, através do Plano Pró Brasil, para recuperar a economia. Não é mera coincidência que o debate da pesquisa tenha tido destaque na mídia na atual conjuntura, em defesa de seu projeto econômico, Globo e Millenium tentam criar ambiente para a salvação de Paulo Guedes, seu representante no coração do governo.

Guedes representa retorno à política econômica do PSDB

Velho conhecido e chegado de monopólios como a Rede Globo, Paulo Guedes é um tipo ideal de representação da velha política econômica psdbista, ainda que mais profunda, com menos autonomia ainda para o país e mais farra para os banqueiros. Sua agenda é ainda mais submissa aos interesses do capital estrangeiro do que a de Fernando Henrique Cardoso (FHC), indicando um arrocho ainda mais nas políticas sociais e de Estado.

Guedes é graduado em Economia pela Universidade de Chicago, uma escola econômica internacional que defende a redução do Estado e a passagem de responsabilidades do mesmo para o setor privado. Uma escola econômica famosa pela defesa de uma agenda radicalizada de privatizações e de uma total desregulamentação na economia, englobando, evidentemente, o ataque e a retirada de todos os direitos sociais. As inspirações do grupo vêm do Consenso de Washington e das cartilhas tradicionais de instituições internacionais como o Banco Mundial e o FMI. Ademais, são da Escola de Chicago as diretrizes econômicas da ditadura de Pinochet, abertamente reivindicada por Paulo Guedes e que foi uma das bases da Reforma da Previdência.

Resumindo, o Instituto fundado por Paulo Guedes e financiado pela Globo busca retomar o velho modelo responsável não apenas pela retirada dos direitos dos trabalhadores, como também pelo modelo de Estado que sucateou o serviço público nos anos 90. É o retorno da política que deixou os servidores públicos por 8 anos sem aumento, sucateou o serviço público e levou o Brasil a crise econômica do final da década de 90. O modelo econômico do PSDB de Fernando Henrique Cardoso.

Um modelo econômico que não ressurge com a eleição de Bolsonaro, mas que voltou a atuar com força na economia brasileira desde que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nomeou para o Ministério da Fazenda o banqueiro Joaquim Levy, que pertence ao mesmo Instituto Millenium que Paulo Guedes. Não surpreende, portanto, que Guedes tenha nomeado Levy para sua equipe ao assumir o Ministério da Economia.

Através de nomes como Guedes e Levy, o Instituto Millenium atua para implementar seu modelo econômico em nossa sociedade. Um modelo que ataca duramente o serviço público e busca promover o desmonte do Estado. A publicação da pesquisa, então, desse ser lida nesse contexto de disputa pela agenda nacional. Enquanto Braga Neto apresenta uma proposta que coloca o Estado novamente como indutor do desenvolvimento econômico com o “Plano Pró Brasil”, Guedes se enfraquece e sua possível demissão começa a correr pelos corredores do poder, em Brasília.

#ForaPauloGuedes

A demissão de Guedes seria um duro golpe pra agenda do Instituto Millenium, uma agenda contra o serviço público e que fere, por múltiplos princípios, a soberania nacional. É por essa razão que a pesquisa tem sido noticiada exaustivamente pelos veículos de comunicação das Organizações Globo na tentativa de criar um consenso contra os servidores públicos no seio da sociedade. A pesquisa, no entanto, apresenta muitos pontos falhos.

Taxada como “uma demonstração de Má Fé” pela CondSef, a pesquisa ignora que parcela considerável dos servidores de sua conta atuam justamente nas áreas de saúde e educação. Além disso, a pesquisa coloca no mesmo bolo servidores dos três poderes e nas três esferas de poder. Uma verdadeira maquiagem para gerar um número que choque a população e fortaleça o discurso de desmonte promovido por Guedes e pelo próprio Instituto Millenium.

Maia e Guedes, no entanto, não são as únicas peças a se moverem no tabuleiro da Reforma Administrativa. No congresso, a base parlamentar alinhada com a política psdbista de desmonte do serviço público se organiza na Frente Parlamentar Mista da Reforma Administrativa. Essa frente, composta por 220 parlamentares de diferentes posicionamentos, em sua maioria defende um projeto alinhado com Maia e Guedes: uma agenda de redução do Estado e sucateamento do serviço público, que visa, cada vez mais, transferir as responsabilidades do Estado para a iniciativa privada. 

Em contraponto, a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, dialogando com a CondSef e com sindicatos como o Sinfa-RJ, segue fazendo um lúcido debate sobre a importância do serviço público e se mobilizando contra a agenda de desmonte do Instituto Millenium. O tema pode ser melhor compreendido acessando o último vídeo do Sinfa-RJ no Youtube ou o podcast do sindicato, “Nas Entrelinhas das Notícias”. Diferente da Frente da Reforma Administrativa, essa Frente coloca o servidor público e um serviço público de qualidade no centro do debate da reorganização do Estado, se desafiando a debater as distorções de carreiras e os rumos do Estado brasileiro.

A unidade dos servidores é fundamental

Essa pesquisa não é uma análise econômica do país, é ferramenta que visa construir um discurso em socorro de Paulo Guedes e de seu projeto de desmonte do serviço público. Nós, servidores e servidoras, da ativa, aposentados e pensionistas, não vamos aceitar essa manipulação! Precisamos nos erguer contra o falso discurso promovido por Guedes, Maia e Globo que tentam, a todo custo, desmontar o serviço público no Brasil. Com unidade, podemos enterrar esse projeto e construir uma agenda que enfrente os reais problemas do Estado Brasileiro e promovendo o fortalecimento do serviço público e garantindo serviços de qualidade para a população.

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