Entidades rebatem fala de Guedes sobre congelamento de salários dos servidores

Entidades que representam os servidores federais criticaram a fala do ministro da Economia Paulo Guedes, que defendeu, no último domingo (dia 5) o congelamento dos salários dos servidores públicos por dois anos por causa da crise do coronavírus, Covid-19. A declaração de Guedes foi feita em uma reunião por videoconferência com deputados do DEM.

As representações defendem como uma das soluções para enfrentar a crise financeira a revogação da Emenda Constitucional 95, que que congelou os gastos da União com despesas primárias por 20 anos.

Décio Bruno Lopes, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip) lembrou que a maior parte dos servidores federais já estão com os salários congelados há mais de três anos, e, após a reforma da Previdência, a alíquota previdênciária subiu para diversas categorias e mais os descontos legais, como do Imposto de Renda, que pode chegar a 27% do vencimento bruto.

– Desde o governo passado, começou a acontecer uma caça aos servidores como se o funcionalismo fosse o culpado da crise econômica do Brasil, quando na verdade o servidor cumpre a lei, principalmente aquele que fiscaliza. Se reduzir o salário, reduz ainda mais o poder de compra do servidor, que paga suas contas e contribui para a economia como qualquer outro trabalhador.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) manifestou repúdio à fala de Guedes.

– Nossa posição é de repúdio a essa fala porque a categoria já vem sofrendo há anos com essa questão e porque tenta se colocar o pensamento, de uma forma em geral, de que os servidores são marajás, quando a gente sabe que a média salarial é baixa – comentou Isaac Lima, um dos coordenadores da Fenajufe.

Em nota, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) ratificou a análise de que a medida pode piorar o cenário econômico “uma vez que retirar poder de compra das pessoas num momento extremamente recessivo e pode promover uma retração ainda maior na economia real, aquela onde circula o dinheiro do país.”

A entidade também sugere ao governo federal a suspensão do pagamento da dívida pública. “Mais de 40% do orçamento da União são destinados ao pagamento desses juros”, afirmou a nota.

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