
Acordadas desde as 5h da manhã, mais de cem mil mulheres, do campo e da cidade, levantaram acampamento, montado no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, e marcharam 6 quilômetros em direção ao Congresso Nacional. A Secretária Geral do Sinfa-RJ, Arlene Carvalho, acompanhou a tradicional manifestação.
Munidas de seus tradicionais chapéus de palha e trajes roxos de todos os tons, coloriram a esplanada dos ministérios sob o lema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) de quatro em quatro anos desde os anos 2000, essa edição, a 6ª, contou com um número recorde de mulheres. As organizadoras estimam cerca de cem mil manisfestantes de todos os estados brasileiros.
“A Marcha das Margaridas é um ato tradicional que acontece em homenagem à Margarida Maria Alves, mulher do campo que foi sacrificada por essa guerra absurda que existe no campo. Ela acontece a cada 4 anos, e é uma verdadeira aula de organização Sindical. Mulheres do campo, ribeirinhas, das florestas, das águas, das cidades, de todas as idades, com uma enorme consciência de classe. É uma marcha linda. Se todo brasileiro olhassem para a Marcha das Margaridas e vissem sua consciência de classe, teríamos uma classe trabalhadora muito mais evoluída.” – afirmou Arlene Carvalho, Secretária Geral do Sinfa-RJ.
O nome da marcha presta homenagem à Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoana Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região. Os responsáveis pela sua morte nunca foram punidos, mesmo com a repercussão internacional do caso, que chegou a ser denunciada à Comissão Interamericana de Direitos. Para manter viva a sua memória, sua casa foi transformada em museu. Nas paredes do lugar está cunhada a frase mais famosa de Margarida: “Da luta eu não fujo. É melhor morrer de luta do que morrer de fome”.
A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CTB-RJ, Kátia Branco, valorizou a atividade:
“A Marcha das Maridas é uma agenda importante na luta das mulheres. É a hora em que as mulheres do campo se dirigem ao coração do país para lutar por democracia, justiça, acesso à terra e uma vida digna para todas.” – avaliou.
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