Sinfa-RJ inicia comemorações de 30 anos com debate sobre a Reforma da Previdência

O Sindicato dos Servidores Civis no Ministério da Defesa – Comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica (Sinfa-RJ) iniciou, na noite da última segunda-feira (16), as comemorações pelos 30 anos de lutas e conquistas. O palco da comemoração foi o auditório do Clube de Engenharia, localizado no centro do Rio de Janeiro, onde dezenas de filiados e filiadas foram recebidos pela diretoria para uma atividade político-comemorativa de aniversário da entidade.

O evento começou por volta das 18 horas, com uma saudação do Presidente do Sinfa-RJ, Luís Cláudio de Santana, que fez uma breve fala sobre o momento vivido pelo país e pelo sindicato, resgatando o histórico de fundação da entidade que, nas palavras de Luís Cláudio, “foi fundada antes da Constituição de 1988, que passou a validar sua existência.”

Após a fala do Presidente, foi composta a mesa que debateu o tema da Reforma da Previdência com foco nos servidores públicos. A Diretora de Imprensa do Sinfa-RJ, Maria de Fátima Pilar Santiago, coordenou os trabalhos da mesa que teve também a presença do Desembargador do TRT-1, Dr. Gustavo Tadeu Alkmim; da Prof. Dra. Denise Lobato Gentil (UFRJ) e do coordenador do Núcleo Rio de Janeiro da Auditoria Cidadã da Dívida e diretor da Assibge-SN, Paulo Lindesay.

A primeira fala da mesa foi do Desembargador Gustavo Tadeu Alkmim. Especialista em Direito do Trabalho, o desembargador fez uma exposição sobre o histórico de mudanças no sistema de previdência ao longo dos anos e denunciou o caráter privatista da Reforma. Segundo o Desembargador:

“O Estado tem três obrigações básicas consagradas na Constituição Federal de 1988: a saúde, a educação e a previdência. Isso é o mínimo que o Estado tem que retomar para o cidadão. E qual é a realidade que nos apresentam, hoje? Uma saúde quase totalmente privatizada. Uma previdência com indicativo para privatização. E, ao mesmo tempo, o pilar da educação, que tem hoje em voga o discurso da Escola Sem Partido, do fim dos institutos federais. Ouso dizer que após o fim da Previdência, o próximo passo é a privatização da educação.” – Afirmou.

A Professora Denise Lobato Gentil fez a fala seguinte, denunciando a não existência de défict no sistema previdenciário e que a Reforma significa o fim de todo sistema de seguridade social. Especialista em macroeconomia e economia do setor público, a doutora criticou as políticas de ajuste fiscal e de Reforma da Previdência:

“Ajuste fiscal no Brasil devia ser chamado de opressão fiscal, pois é disso que se trata. É confisco de renda, confisco de direitos. Os mais ricos ficarão intocados com a Reforma da Previdência.”

Para a pesquisadora, o caminho para a Previdência passa pelo aumento de fontes do setor, o que significa “cobrar os devedores, combater a sonegação, combate os desvios da receita e enfrentar os privilégios encastelados na sociedade brasileira.”

A última fala do debate foi feita pelo coordenador do núcleo Rio de Janeiro da Auditoria Cidadã da Dívida, Paulo Lindensey. Lindensey apresentou os números sobre o orçamento público, mostrando de forma didática e ilustrada como mais de 40% do orçamento da união é devorado pela dívida pública. Segundo Lindensay, uma das razões para a Reforma da Previdência passa, justamente, pelo aumento dessa fatia que não para de crescer.

“O maior gasto que existe no orçamento da união e a dívida pública. Entre 2018 e 2020 tivemos um alimento de cerca de 500 bilhões de recursos destinados para a dívida pública.” – demonstrou.

Após as falas e perguntas da platéria, o Presidente do Sinfa-RJ fez nova fala encerrando o debate e dando início ao coquetel comemorativo. Os festejos de 30 anos do Sinfa-RJ prosseguem na próxima quarta-feira, às 18 horas, no Sindicato dos Bancários.

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