O dia internacional da mulher é um dia para se lembrar das lutas das mulheres, principalmente a partir do século XIX, na conquista de espaço e de direitos. No cenário atual do país, onde há uma crise econômica aprofundada pela crise política, causando fechamento de postos de trabalho, as trabalhadoras são as primeiras a encabeçarem as listas de demissão das empresas. A mulher trabalhadora, por mais qualificada que seja, ainda, recebe remuneração abaixo do salário masculino, é alvo de intenso assédio moral e sexual no seu âmbito de trabalho, sendo muitas vezes demitida por não ceder ante tal agravo.
A mulher trabalhadora tem dupla e até tripla jornada de trabalho, pois além do seu emprego, ela cuida da casa e dos filhos e não recebe nenhum valor monetário por isto, mas pilares conservadores da sociedade, com representação parlamentar, querem criar dispositivos legais para impedir que ela decida sobre o seu corpo e seu direito quanto à maternidade e quanto à forma que deseja para ter seus filhos, como é o caso do parto humanizado.
O absurdo é tão grande que existe uma PL5069/2013, de autoria do deputado federal Eduardo Cunha, que dificulta ao atendimento pelos serviços públicos e o acesso à pílula do dia seguinte às mulheres vítimas de estupros. Este ano, em 24 de fevereiro, completou-se 84 anos do direito da mulher em votar, e, embora represente 52% do eleitorado, o número de parlamentares femininas ainda é bem pequeno nas três instâncias de poder. Então, como a mulher conseguirá alcançar seus direitos, ante um quadro como este?
Apesar dos 10 anos da Lei Maria da Penha, o feminicídio continua alto e, frente a esta realidade os equipamentos de proteção da mulher estão sendo fechados, porque o governo estadual não destina as verbas para tal. As trabalhadoras do serviço público são atingidas em cheio com o sucateamento do mesmo e com a desvalorização da mão de obra.
Por isto, neste 8 de março, vamos TODAS à Central do Brasil, das 10 às 16 horas, onde haverá um ato, além de uma série de atividades que abordarão temas relacionados aos direitos das mulheres.
Vamos à Luta, Resistir e Avançar! Pela Vida e Participação das Mulheres: nenhum direito a menos!
Por ArleneCarvalho*
*Secretária-geral do SINFA-RJ