Número de servidores federais cresce sob governo Lula e reverte tendência de Bolsonaro

          O número de servidores civis federais voltou a crescer com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em dezembro de 2022, no fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), havia 565 mil servidores; um ano depois, o total subiu para 572 mil, chegando a 573 mil em agosto de 2024, conforme o Painel Estatístico de Pessoal da União. A expectativa é que o quadro de pessoal aumente com a incorporação de aprovados em concursos recentes, como o Concurso Nacional Unificado, com 6.640 vagas.
        Lula segue a linha de suas gestões anteriores, expandindo o funcionalismo com foco em um Estado mais centralizador. Esse modelo contrasta com a política de Jair Bolsonaro, que, sob a liderança do ministro da Economia Paulo Guedes, implementou uma “reforma administrativa silenciosa”. Essa estratégia envolveu congelamento de salários, não reposição de servidores aposentados e digitalização de serviços públicos, reduzindo gastos com pessoal.

        O governo Lula prevê R$ 49,5 bilhões a mais em despesas com pessoal em 2025, elevando o total para R$ 413,2 bilhões, um aumento de 10,5% em relação a 2024. Esse acréscimo decorre de novas contratações via concursos públicos e de reajustes salariais negociados com 45 categorias até o momento.

       Grande parte desse aumento é considerado inevitável devido à defasagem salarial desde 2019. O governo, até julho, acumulou um déficit primário de quase R$ 78 bilhões e estima fechar o ano com saldo negativo de cerca de R$ 28 bilhões, dentro da meta fiscal.

Contraste marcou gestões

        A redução no número de servidores começou no governo de Michel Temer (MDB), que entre 2017 e 2018 cortou cerca de 3,5 mil funcionários. Quando Bolsonaro assumiu, havia cerca de 631 mil servidores civis; ao final de seu mandato, o número caiu em quase 66 mil, uma redução de 10%.

      Sob os governos petistas entre 2003 e 2016, o contingente de servidores aumentou 28%, com a criação de quase 140 mil vagas.

      O aumento do número de servidores acarreta mais despesas, tendência observada desde o início do atual mandato de Lula. Os gastos devem crescer ainda mais com contratações, reajustes salariais e benefícios.

Mudanças ocorreram na pandemia

        A “reforma silenciosa” de Paulo Guedes foi um dos principais fatores de contenção das despesas com pessoal. Entre o início e o fim do governo Bolsonaro, o gasto com pessoal caiu de 4,3% do PIB para 3,4%, o menor nível da série histórica do Tesouro. Essa queda foi interrompida em 2023, quando o índice se manteve em 3,4% do PIB.

        Durante a pandemia, os reajustes salariais foram suspensos pela Lei Complementar 173/2020, gerando uma economia projetada de R$ 43 bilhões, segundo Guedes.

        A legislação impede a demissão de servidores, exceto em casos específicos, como decisão judicial ou processo disciplinar. Assim, Guedes focou em evitar reposições e reajustes salariais para conter o aumento de despesas

        Apesar das promessas de Bolsonaro de conceder reajustes em 2022, nenhum aumento foi efetivado.

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on twitter
Twitter
Share on facebook
Facebook
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.