Pela Constituição, parlamentares poderiam interromper as atividades a partir de 18 de julho se tivessem votado a Lei de Diretrizes Orçamentárias — o que não ocorreu.
Deputados e senadores entraram em recesso parlamentar — o que, na prática, significa uma folga das funções em Brasília.
Oficialmente, a paralisação dos trabalhados começaria nesta terça-feira (18), mas como não houve análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os parlamentares se afastaram das atividades informalmente.
A cada ano, a Constituição prevê um período de trabalho para o Congresso Nacional, que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Isso significa que, com exceção dessas datas, os parlamentares estão em recesso.
Por que a LDO ainda não foi votada?
Neste ano, por exemplo, os parlamentares afirmam que, para a elaboração da LDO, seria necessário ter concluído a votação do novo marco fiscal a tempo. Aprovado pela Câmara, o texto sofreu mudanças durante a análise do Senado. Por isso, ainda precisa passar por mais uma análise dos deputados.
O novo marco fiscal vai substituir o teto de gastos, atualmente em vigor, e mudará a lógica de crescimento de despesas públicas. Se aprovado, os gastos vão crescer de acordo com o aumento da receita.
Como pode afetar o governo?
O recesso informal, portanto, traz uma desvantagem para o Executivo: os prazos das MPs continuam a correr, mesmo em um momento no qual os parlamentares não votarão as propostas.
Na prática, o governo terá menos tempo para negociar projetos de seu interesse.
Como Câmara e Senado ainda divergem sobre o modelo de tramitação das medidas provisórias, o prazo encurtado de negociações pode dificultar a articulação de MPs que ainda não avançaram no Congresso — como a que amplia a faixa de isenção do imposto de renda, por exemplo.